15.8.06

Labirinto


Fiz teu o reverso do meu verso.
Te fiz cantiga e fecundei teu tom.
E, dissonante, onde te julguei jasmim.
Incensei meu corpo, fada...
Suave aroma de alecrim.
Mas meu cansaço ante a indiferença.
Da melodia sem poder voar
De quem puxa a corda e não deseja o mar.
Tornou-me chaga dessa dor, enfim.
Semeei no asfalto gotas de esperança.
Soltei meus sonhos.
Valsei na contradança.
E sopro de vida de mim saiu.
Que a noite, quando há lua, me conduz a labirintos.
Onde me embebedo só pôr ser luar.
Que toda mulher é também satélite.
E a cada eclipse que me refletiu,
Guardo no peito o girassol aflito,
De um bem-me-quer que não se permitiu.


14/07/92

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